quinta-feira, 25 de abril de 2013


 O 25 de Abril de 1974 em Portugal

 
No dia 25 de Abril de 1974, em Portugal, teve lugar um golpe de estado levado a cabo Movimento das Forças Armadas (MFA), contra o regime do Estado Novo.
Este movimento era constituído por militares, comandados a partir do Quartel da Pontinha (Lisboa) pelo capitão Otelo Saraiva de Carvalho – que foi um dos grandes impulsionadores deste golpe militar.
Foram vários os fatores que levaram à organização desta revolução – que também ficou conhecida por revolução dos cravos!
As pessoas estavam descontentes com o governo de Marcelo Caetano (que era o chefe do governo na altura) e que seguia a política de Salazar.
Era um regime autoritário, que governava em ditadura e que tudo fazia para impedir a instituição de um estado de direito democrático.
Havia a censura, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) e a Legião (milícias), e a Mocidade Portuguesa.
As pessoas passavam fome e eram muito pobres. Havia falta de oportunidades para um futuro melhor, também devido ao isolamento em que o país se encontrava. Tudo isto provocava a fuga das pessoas para outros países que, por sua vez, agravava ainda mais as condições da economia nacional.

Finalmente, a guerra colonial em África. Os militares que sempre tinham apoiado o regime começaram a ver que esta seria uma causa perdida.
Ao nível internacional, também havia pressão para acabar com esta guerra. As armas escasseavam entre as forças portuguesas e os soldados morriam às centenas e longe de casa.
 O descontentamento foi crescendo no seio das forças armadas, e daí à organização e concretização deste golpe militar contra o regime do Estado Novo foi um passo.
A confirmação de que a revolução estava a andar foi dada pela música de Zeca Afonso – Grândola Vila Morena ( http://youtube/Grandola_Vila_Morena )– que passou no Rádio Clube Português, à meia noite e vinte e cinco minutos do dia 25 de Abril de 1974. Esta música é também um dos símbolos desta revolução.
Mas não foi só em Lisboa que a revolução ocorreu. No Porto os militares ocuparam o Quartel-General da Região Militar do Porto, o Aeroporto de Pedras Rubras e as instalações da RTP.
Aos homens comandados por Salgueiro Maia, coube o papel mais importante. Ocuparam o Terreiro do Paço e os ministérios ali instalados posicionado-se em frente ao rio Tejo.

Entretanto Salgueiro Maia desloca parte das suas tropas para o Quartel do Carmo onde está o chefe do governo, Marcelo Caetano. Este acaba por se render no final do dia com uma exigência: entregar as responsabilidades de governação ao General António Spínola (oficial que não pertencia ao MFA) com a justificação de que seria para que o poder não caísse na rua. Marcelo Caetano é depois transportado para a Madeira e daí enviado para o exílio no Brasil.

Ao longo do dia 25 de Abril de 1974, foram tomados outros objetivos militares e civis sem que tenha havido registo de quaisquer confrontos armados nas ruas de Lisboa.
O único derramamento de sangue teve lugar à porta das instalações da PIDE onde um grupo de cidadãos se manifestava contra os abusos daquela organização e alguns dos agentes que se encontravam no interior abriram fogo, atingindo mortalmente quatro populares.
Podemos pois concluir que o 25 de Abril de 1974 foi um golpe militar pacifico que para sempre ficará na História de Portugal como o dia em que foram dados os primeiros passos em direção à democracia!



Já agora, e uma vez que acrescentei o link para a música do Zeca Afonso - que foi o segundo sinal ou senha que confirmava que a revolução estava em marcha, fica também o link para aquela que foi a primeira senha.
Também uma música, do cantor Paulo de Carvalho, 'E depois do adeus' - http://youtube/E_Depois_do_Adeus
Esta passou às 22h55 do dia 24 de Abril nas estações de rádio dos emissores associados de Lisboa.


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5 comentários:

  1. Um dia muito importante na história do nosso país!

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  2. Bom trabalho, Paulo.
    O 25 de abril de 1974 iniciou um período de democracia e liberdade de expressão. Muitos dos direitos que nós hoje temos começaram nessa altura.
    O que muitos não se lembram é que a existência de direitos inplica a existência de deveres e que a nossa liberdade termina quando começa a liberdade dos outros.
    Viva o 25 de abril.

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  3. Ficou muito mais completo. Bom trabalho.

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