O 25 de Abril de 1974 em Portugal
No dia 25 de Abril de 1974, em Portugal, teve lugar um
golpe de estado levado a cabo Movimento das Forças Armadas (MFA), contra o
regime do Estado Novo.
Este movimento era constituído por militares,
comandados a partir do Quartel da Pontinha (Lisboa) pelo capitão Otelo Saraiva
de Carvalho – que foi um dos grandes impulsionadores deste golpe militar.
Foram vários os fatores que levaram à organização
desta revolução – que também ficou conhecida por revolução dos cravos!
As pessoas estavam descontentes com o governo de
Marcelo Caetano (que era o chefe do governo na altura) e que seguia a política
de Salazar.
Era um regime autoritário, que governava em ditadura e
que tudo fazia para impedir a instituição de um estado de direito democrático.
Havia a censura, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa
do Estado) e a Legião (milícias), e a Mocidade Portuguesa.
As pessoas passavam fome e eram muito pobres. Havia
falta de oportunidades para um futuro melhor, também devido ao isolamento em
que o país se encontrava. Tudo isto provocava a fuga das pessoas para outros
países que, por sua vez, agravava ainda mais as condições da economia nacional.
Finalmente, a guerra colonial em África. Os militares que sempre tinham apoiado o regime começaram a ver que esta seria uma causa perdida.
Ao nível internacional, também havia pressão para
acabar com esta guerra. As armas escasseavam entre as forças portuguesas e os soldados
morriam às centenas e longe de casa.
O descontentamento
foi crescendo no seio das forças armadas, e daí à organização e concretização deste
golpe militar contra o regime do Estado Novo foi um passo.
A confirmação de que a revolução estava a andar foi
dada pela música de Zeca Afonso – Grândola Vila Morena ( http://youtube/Grandola_Vila_Morena )– que passou no Rádio
Clube Português, à meia noite e vinte e cinco minutos do dia 25 de Abril de
1974. Esta música é também um dos símbolos desta revolução.
Mas não foi só em Lisboa que a revolução ocorreu. No
Porto os militares ocuparam o Quartel-General da Região Militar do Porto, o
Aeroporto de Pedras Rubras e as instalações da RTP.
Aos homens comandados por Salgueiro Maia, coube o
papel mais importante. Ocuparam o Terreiro do Paço e os ministérios ali
instalados posicionado-se em frente ao rio Tejo.
Entretanto Salgueiro Maia desloca parte das suas
tropas para o Quartel do Carmo onde está o chefe do governo, Marcelo Caetano. Este
acaba por se render no final do dia com uma exigência: entregar as
responsabilidades de governação ao General António Spínola (oficial que não
pertencia ao MFA) com a justificação de que seria para que o poder não caísse
na rua. Marcelo Caetano é depois transportado para a Madeira e daí enviado para
o exílio no Brasil.
Ao longo do dia 25 de Abril de 1974, foram tomados
outros objetivos militares e civis sem que tenha havido registo de quaisquer
confrontos armados nas ruas de Lisboa.
O único derramamento de sangue teve lugar à porta das
instalações da PIDE onde um grupo de cidadãos se manifestava contra os abusos
daquela organização e alguns dos agentes que se encontravam no interior abriram
fogo, atingindo mortalmente quatro populares.
Podemos pois concluir que o 25 de Abril de 1974 foi um
golpe militar pacifico que para sempre ficará na História de Portugal como o
dia em que foram dados os primeiros passos em direção à democracia!
Já agora, e
uma vez que acrescentei o link para a música do Zeca Afonso - que foi o segundo
sinal ou senha que confirmava que a revolução estava em marcha, fica também o
link para aquela que foi a primeira senha.
Também uma
música, do cantor Paulo de Carvalho, 'E depois do adeus' - http://youtube/E_Depois_do_Adeus
Esta passou
às 22h55 do dia 24 de Abril nas estações de rádio dos emissores associados de
Lisboa.
Um dia muito importante na história do nosso país!
ResponderEliminarBom trabalho, Paulo.
ResponderEliminarO 25 de abril de 1974 iniciou um período de democracia e liberdade de expressão. Muitos dos direitos que nós hoje temos começaram nessa altura.
O que muitos não se lembram é que a existência de direitos inplica a existência de deveres e que a nossa liberdade termina quando começa a liberdade dos outros.
Viva o 25 de abril.
Obrigado.
ResponderEliminarPronto.
ResponderEliminarJá pus as músicas!
Apreciem.
Ficou muito mais completo. Bom trabalho.
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